Abençoai todos os astros que me defenderam: o Céu! a Lua! e as Estrelas! Que caiam naquele momento tão soturno e eu uma a uma bebia pelos olhos para não morrer sucumbida pela terra.
Fazei presente o mais alto dos espíritos para que enfim possamos continuar a vida pura e boa que desponta a cada manhã do dia.
Somos eternos no nosso sofrimento como somos eternos em nossas bem - aventuranças.
Bem-vindos aqueles que sofrem nas profundezas e conseguem limpar o mal e ganhar o gozo.
Bem vindo o homem e a mulher que se apaixonam mesmo em dia de chuva, noites sem Estrelas.
Bem-aventuradas as crianças sem pai sem mãe e que andam soltas pelo mundo, porque não é de pai nem de mãe que o espírito carece, mas de amor puro, amor, sem laços e sem desenganos.
Perdoai aos Homens por tamanhas crianças que somos e ainda acreditamos que somos pai e mãe de nossos filhos.
Deixemos que tudo corra sem nascente e sem fim, mas novo cada dia.
Perdoai aos pais e aos filhos por tamanha decepção ao andarmos juntos e, aos que virão, que tenhamos a sabedoria do tempo de não cortar-lhes as asas, e deixar que eles cresçam soltos, inda que seja ao relento
Que tenhamos a paciência das estrelas que sempre moraram no céu, para morarmos melhor aqui na terra.
Que não acreditemos mais em nada que o nosso coração não veja.
Que sejamos nós aqui o nosso próprio Deus e que nas alturas se elevem apenas: o Céu! a Lua! e as Estrelas!
Um comentário:
Maria, aqueles que se apaixonam em noite sem estrelas são astros luminosos, carregando, em si, o brilho e a transcendência que é própria do maravilhoso desatino que é amar!
Abraço carinhoso.
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