domingo, 16 de maio de 2010

Redenção


Abençoai todos os astros que me defenderam: o Céu! A Lua! E as Estrelas! Que caíam naquele momento tão soturno e eu uma a uma bebia pelos olhos para não morrer sucumbida pela terra.

Fazei presente o mais alto dos espíritos para que enfim possamos continuar a vida pura e boa que desponta a cada manhã do dia.

Somos eternos no nosso sofrimento como somos eternos em nossas bem-aventuranças.

Bem-vindos aqueles que sofrem e conseguem nas profundezas limpar o mal e ganhar o gozo.

Bem-vindo o homem e a mulher que se apaixonam mesmo em dia de chuva, noites sem estrelas.

Bem-aventuradas as crianças sem pai nem mãe e que andam soltas pelo mundo, porque não é de pai nem mãe que um espírito carece, mas de amor puro amor, sem laços e sem desenganos.

Perdoai aos homens por tamanhas crianças que somos e ainda acreditamos que somos o pai e a mãe de nossos filhos.

Deixemos que tudo corra como um rio sem nascente e fim, mas novo a cada dia.

Perdoai aos pais e aos filhos por tamanha decepção ao andarmos juntos e, aos que virão, que todos tenhamos a sabedoria do tempo de não cortar-lhes as asas, e deixar que eles cresçam soltos, inda que seja ao relento.

Que tenhamos a paciência das estrelas que sempre moraram no céu para morarmos melhor aqui na terra.

Que não acreditemos mais em nada que o nosso coração não veja.

Que sejamos nós aqui o próprio Deus e que nas alturas se elevem apenas: o Céu! A Lua! E as Estrelas!


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