quarta-feira, 5 de março de 2008

"Quando as Almas Falam" do livro Diário de Guria III

"Quando as Almas Falam"

Mandei as lágrimas para o teto da casa, as amarras para o quintal dormirem debaixo das árvores e acomodei o meu peito no peito de um outro homem e deixei que a vida me levasse para onde quer que ela seja creia e vá até o fim comigo e o homem o qual acomodo meu peito e deito minha Alma.
Assim são agora as flores de minha casa espalhadas pelos cantos recantos e janelas subindo paredes explorando chãos um punhado delas se espalharam pela minha casa amarelas vermelhas cor de rosas espadas de são Jorge samambaias choronas orquídeas em prata branco e sois adentrando meus instrumentos.
A música aqui permanece para sempre.
Mandei as lágrimas para o teto da casa.
Lá elas choram pelas canaletas dos tetos de todas as casas se diluem com a chuva espalhando água só água já não mais lágrimas ou minha ou sua ou de quem quer que seja, não mais lágrimas mas água muita água salgada que agrega a doce formando remansos e mansos aconchegos do sol do calor da poeira e de todas as dores, a água leva e traz o que o mundo e a vida não souberam trazer e levar a água leva e traz.
São essas pequeninas coisas que fazem sentido para mim, água, orquídea, sol, remanso, chuva, flor e alma...
Ando agora apenas falando de Alma para Alma, acabou a idade o tempo as diferenças qualquer que elas sejam de língua cor raça ou fronteira globalizei sou parte do todo da terra sou universal.
As diferenças foram aceitas de vez e as fronteiras banidas do planeta e agora a liberdade inaugura uma nova fase uma nova era um novo homem aquele que não mais chora apenas adquire conhecimento liberdade desejo amor saudade e muita muita vontade de ir além muito mais além no tempo do tempo que o tempo tem...
Ser imortal é a lei universal de todos os planetas
Dizem que a era é a era da solidão armada em um palco cheio de purpurina onde habitam duendes que escapolem no ar chamando pelos outros para que todos somemos para o bem e crédulos de nossa liberdade efêmera e nos transformamos neles os duendes uma espécie que acredita que todos somos feitos da mesma natureza que foi feita o planeta, e seguimos trazendo para nós os sentidos mais apurados e universais da terra, as horas mais significativas do dia, o acúmulo mais necessário que fora feito bilhões e bilhões de anos, já não somos mais tão novos por aqui o quanto pensávamos, somos antigos, ultrapassados e repassados inúmeras e inúmeras vezes diria que somos como a natureza e que sempre estivemos por aqui sempre.
E que precisamos deixar de ter medo da vida para que sigamos sempre em frente lúcidos e sapientes de que somos muito mais do que somos inteligentes progressivos e programados para o bem de um universo inteiro esse que tanto nos assusta e nos limita e que propaga dentro de nós pela sua grandeza imensidão e infinitude o medo da morte essa que sabemos; não existe.
Somos eternos em tudo que habita entre dentro no meio em baixo e acima de todo esse universo no qual a terra ocupa uma ínfima e pequenina parte onde agora estamos nós diante e sempre em frente do todo infinito do universo.
O homem ainda tem medo da vida e não da morte.
Assim: deus está para a vida, como a morte está para o homem: um segredo apenas; que guarda a nossa natureza.

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