quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

do livro "Diário de Guria III"

A sabedoria é

infinita

mas

só toca

aos bons

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Violência"

A compaixão
não interessa ao homem
é para
Deus! Mohamed! Jesus!
Alá! Iemanjá! Oxalá!
O homem quer continuar
na barbárie
porque interessa a ele
dominar a morte
já que não pode ser a
sua
que seja a do
outro

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

5 de novembro: Nasci e Vivo.

Nasci hoje dia 5 de novembro
Melhor coisa que podia acontecer comigo: nascer! viver!
A vida é uma mágica onde os anjos habitam nossas lembranças.
Tão longa... Tão curta! Rápida! Lenta...
Com uma memória inventada por Deuses...
Só Deuses e Anjos criariam essa maravilha: Vida!!!
Somos todos protegidos por Anjos e Deuses.
Chame-os. Peça por eles. Eles tem o poder de nos escutar e atender.
São os Inventores da nossa vida.
Nasci hoje dia 5 de novembro:
um anjo a pedido de um Deus me inventou.
E eu estou aqui completamente inventada VIVA e feliz.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

Futebol de Estrelas

E a bola rola...
E o mundo inteiro corre o olho atrás da bola.
Foi-se a vez do Brasil... voltam pra casa rolando as lágrimas.
As crianças choram, os adultos blasfemam, as mulheres incrédulas: faltou sorte
E é assim a vida como o futebol: um Jogo. E é fundamental!
Jogo temos e fizemos!
Amor demais confunde o campo de visão
Há amor demais pela bola, pelo jogo, somos prediletos, preferidos.
O mundo sempre quer ver o Brasil rolar a sua bola.
A nossa história conta e canta os melhores momentos de uma bola rolando no campo do mundo: Encantando o mundo!
Em 2014 vai rolar o maior espetáculo da terra aqui na nossa terra.
E dessa vez vamos ver a estrela da história do futebol jogando diante de nossos olhos.
Quem sabe nossos olhos deem Sorte à bola em direção a gooooooooooooooooooooooooooooools!
que é o que um jogo de Estrelas necessita para vencer como é o caso do futebol do Brasil
Futebol de Estrelas:
S O R T E!

domingo, 16 de maio de 2010

Redenção


Abençoai todos os astros que me defenderam: o Céu! A Lua! E as Estrelas! Que caíam naquele momento tão soturno e eu uma a uma bebia pelos olhos para não morrer sucumbida pela terra.

Fazei presente o mais alto dos espíritos para que enfim possamos continuar a vida pura e boa que desponta a cada manhã do dia.

Somos eternos no nosso sofrimento como somos eternos em nossas bem-aventuranças.

Bem-vindos aqueles que sofrem e conseguem nas profundezas limpar o mal e ganhar o gozo.

Bem-vindo o homem e a mulher que se apaixonam mesmo em dia de chuva, noites sem estrelas.

Bem-aventuradas as crianças sem pai nem mãe e que andam soltas pelo mundo, porque não é de pai nem mãe que um espírito carece, mas de amor puro amor, sem laços e sem desenganos.

Perdoai aos homens por tamanhas crianças que somos e ainda acreditamos que somos o pai e a mãe de nossos filhos.

Deixemos que tudo corra como um rio sem nascente e fim, mas novo a cada dia.

Perdoai aos pais e aos filhos por tamanha decepção ao andarmos juntos e, aos que virão, que todos tenhamos a sabedoria do tempo de não cortar-lhes as asas, e deixar que eles cresçam soltos, inda que seja ao relento.

Que tenhamos a paciência das estrelas que sempre moraram no céu para morarmos melhor aqui na terra.

Que não acreditemos mais em nada que o nosso coração não veja.

Que sejamos nós aqui o próprio Deus e que nas alturas se elevem apenas: o Céu! A Lua! E as Estrelas!


sábado, 10 de abril de 2010

A História de uma Estrela

A História de Uma Estrela

O dia é de festa na fazenda. O céu comanda das alturas
na sua cor mais nítida, azul-céu. O sol brilha como
pode, tal a algazarra e a folia, que não nos dá tempo de
encará-Ia de frente. O churrasco sendo assado
incendeia o quintal com sua fumaça de carne. A bebida
rola solta nesse fim de mundo onde é proibido beber
todos os dias, mas nesse dia tudo pode, é festa; o patrão
admite e libera a aguardente, e todos podem com
vontade beber mais e mais e mais ... e mais uma fazenda
o Sr. José incorpora às suas posses, que ainda
estavam em duas, com essa, três. Felicidade reina pelas
sete léguas de pasto: Viva Santa Maria! Todos gritam
urra, dão ecos ao som de acordeão, harpa e violão.
Tem doma de cavalo, ginete cai, a platéia dá risada,
ninguém se machuca, peão sabe cair macio na grama
verde. Siriri e Cururu desafiam na beirada da fogueira
quem canta melhor. De outras fazendas chegam
cavalos afoitos para disputar a carreira, trazendo peões
vestidos de festa prontos para qualquer desafio, tudo
para ganhar uma dama, e quanto maior a bravura do
peão, mais bela é a morena como prêmio. Os homens
cuidam do churrasco com seus facões afiados, e as mulheres
da mandioca, da broa de milho, do bolo de fubá,
do bolo de arroz, do arroz-doce, da canjica, do pãozinho
recheado de galinha, do revirado, da paçoca com
bananinha.
Moças bonitas dançam soltas um rasqueado quente,
que faz qualquer peão ou patrão virar a cabeça e sair dando
tiro por aí, tamanho prazer e dor de não ter o que seu
corpo viril e másculo quer. Tantos gritos, tantos tiros,
tantas risadas loucas, tantas danças soltas, tanta gente
bonita e forte que tudo o mais pode acontecer naquele
lugar abençoado pelos santos e pela natureza. Fatos podem
virar casos famosos, contados por toda a redondeza
da Nhecolândia como causos, mas nesse bendito dia de
Santa Maria tudo é real e de fato pode ter acontecido.
As horas vão ganhando o dia, sonhos impossíveis,
desejos contidos vão aflorando na textura fina da pele.
Proprietários desses mesmos sonhos vão, com o passar
do tempo, trazendo-os à tona, domando-os, tornandoos
reais.
Com o sol se desmanchando no horizonte , carregando
a tarde embriagada e morna, bocejam as primeiras
estrelas introduzindo a noite, com a volta das curicacas e
dos tordos para o terreiro, procurando abrigo e parceiro
para mais uma noite de orgia. Com a harmonia de toda
essa natureza tão esperta e cotidiana, e sem cabeça para
analisar o que é bom ou não:Tudo se casa, todos os desejos
como que em um passe de mágica vão sendo um a um realizados;
o tempo dá tempo para tudo no deslanchar do dia.
Maria, a filha do patrão de Santa Maria, ainda
menina, corre solta, potranca nova, que necessita ser
amansada pela mata desconhecida, mas que já é sua.
Está feliz por essa imensidão pertencer a seu pai, o
homem que mais ama nessa vida. Correndo a favor do
vento, de encontro à tarde que vai vermelha iluminada
pelo brilho de prata lá em cima, sentindo as cócegas
que o capim verde acaricia, avista de l.onge o pai e corre
em direção a ele como uma nuvem que deixou de
morar no céu e que agora corre, dona e senhora da terra.
Joga-se sorridente nos braços fortes do pai que a
carrega no ar como uma pena. Maria sorri feliz, acariciada,
começa a rodar o moinho, rodopiam assim os
dois: José Maria Céu Mato Capim e Estrelas.
O pai tomado por um imenso prazer deita-a na
terra - nas suas terras - como quem meio tonto da
farra, beija-a possuído por um desejo profundo, quer
ter Maria. Maria tem medo, pede por socorro. É tal a
força que o homem tem, que a impede de qualquer
reação. Ele nem sequer a escuta, apenas a possui, até o
fim, até não existir Maria nem José, só a tarde linda
que cambaleante se vai.
Maria olha a tarde sendo domada pela noite, quieta,
obediente, enquanto mãos que outrora a protegiam,
hoje percorrem seu corpo desnudando-o, sem que possa
pronunciar sequer uma palavra, ainda que essa palavra
seja: Pai. ..
Já não existem pessoas, tudo se dilui, transcende,
voa pelos ares. Só uma estrela Maria consegue pegar
nesse princípio de noite e, agarrada a ela, passa a morar
no céu. Daí em diante nada mais faz contato com a
civilização, com o que foi estabelecido ou criado pelo
homem: o ego vira cinzas, o pecado dá 1ugar ao prazer,
a luta e dor antecedem ao amor, e o amor vira uma
sensação vazia de querer; nunca poder ter.
E os dois ... José e Maria se levantam da terra depois
de um descanso eterno, para nunca mais se olharem.
Para tudo virar passado morto em memória
esquecida ... E Maria aterriza lentamente nas nuvens
agarrada a sua estrela para não mais perdê-Ia.
E José ... E agora? Passado o porre, a cabeça pesa,
como pesa a cabeça de todo homem nessa terra.
Termina a festa. Um tiro ainda foi dado no ar;
ninguém ouviu. O patrão de Santa Maria fecha as portas
da fazenda e decreta o fim da festa. E foi essa a última
vez que Pai e Filha se viram, para nunca mais se
encararem de frente.
Fechadas as portas, dadas as costas, Maria vive
anos e anos, agarrada a sua estrela; presente enviado
pelos Deuses, por essa tarde morna, em uma festa na
fazenda.
E hoje ... graças à lua, ao sol que se põe todos os
dias, à grama que roça e é verde, ao pai que abraça sem
medo, à tarde que se despede morna, às estrelas que
brilham e caem na terra, a tudo que é amor e transcende,
Maria transcendeu ... Virou uma estrela.

sábado, 20 de março de 2010

Primeiro Encontro de Maria e José do livro As Estrelas Não Dormem

MARIA II - Descendo o rio, é noite, o céu salpicado de Estrelas, o rio calmo,
cristalino.
MARIA I - O vento sopra gostoso, arrepiando o corpo, se instalando na
boca do estomago, somando prazer.
MARIA II - Estou abraçada a mim mesma.
MARIA I - Papai ao meu lado se abraça também.
MARIA II - Na frente da lancha está apenas o peão, dando direção do curso
até chegarmos a fazenda do papai.
MARIA I - A noite está prazerosamente linda!!!
MARIA II - Meu pai que de costume vai na frente, no comando, deixa de lado
a sua função, pra ficar apenas com a sensação que o momento
pode lhe propiciar acrescentando a sua alma.
MARIA I - Momentos raros para uma idade avançada, descomprometida com
o prazer e pensando seriamente na morte.
MARIA II - Falamos sobre as Estrelas, sobre os mistérios dos astros.
MARIA I - Papai me ensina alguma coisa do que sabe: Marte!
MARIA II - Vênus, Estrelas Cadentes
MARIA I - Que não param de cair, riscando o céu e pairando, não sei onde.
MARIA II - Não falamos sobre o que queremos
MARIA I - Talvez não queiramos nada além desse momento.
MARIA II - Nunca me senti tão filha tão próxima, carne da sua carne, parte do
seu corpo.
MARIA I - Vejo que meu sorriso tem do seu sorriso.
MARIA II - Os meus olhos se assemelham aos seus. O meu prazer lhe dá prazer; nunca
MARIA I - A lancha desliza pela madrugada adentro. Eu pressinto vida,
vida no lugar. Rio Paraguai transbordante, flutuante de vida.
Um circulo: Céu Rio e Mato. E nós rodopiando nesse círculo.
M I II - Que loucura!
MARIA II - Eu, papai e o peão. Um índio, Dom Juan. Bonito!
MARIA I - Bonito e bêbado, entregue à libertinagem da noite. Que a
qualquer momento pode vir aprontar com a gente.
MARIA II - O Índio nunca nos olha, não parece que está aqui, mas dentro da
mata, gritando com a noite.
MARIA I - Estamos apenas papai e eu.
MARIA I II - Andando por lugares belíssimos!
MARIA I - E eu, nos meus sonhos de menina, na mais sublime fantasia,
. desejo que ele seja o meu primeiro homem:
O único a quem eu amo e a quem Confio.
MARIA II - O único a quem eu amo e a quem Confio.
Nesse momento eu o vejo mais bonito do que nunca. Um homem
que sabe falar das Estrelas, e me faz olhar para elas, que me
ensina a respeitar e amar os animais.
MARIA I - Que me faz refletir sobre os mistérios da criação; questionar
tudo.
MARIA II - Eu o desejo, quero que seja meu.
MARIA I - Eu o desejo, quero que seja meu. Única e melhor maneira de
agradecê-lo por ter me presenteado a vida é dar-me inteira a
ele. Como eu quero!...
MARIA II - Liberdade.
MARIA I - Igualdade.
MARIA II - Deixar de ser filha e desabrochar para o mundo.
MARIA I - No meu íntimo eu peço que me beije que me dê colo.
MARIA II - Que penetre no fundo de minha Alma, onde jamais alguém
penetrou, além de mim mesma
MARIA I - Anseio por isso, por um olhar seu, que me faça sentir adulta,
gente que encanta gente, gente bonita, que se conquista.
MARIA II - Eu tremo, me sinto bonita, forte como essa sinfonia que vara a
noite, como esses bichos que trepam no meu ouvido e me
deixam acesa:
MARIA I - Aberta, desgarrada, sem pudor, sem medo...
MARIA II - Liberdade
MARIA I - Amor
MARIA I I - Beleza
MARIA I - Música
MARIA II - Índio
MARIA I - Água
MARIA II - Estrelas
MARIA I - Planetas
M. I-II - Pai! Pai... Pai.
MARIA I - Tudo me possuí nesse momento e eu não posso falhar.
Levarei isso toda a minha vida.
MARIA II - Vida Única, uma, só uma. Preciso Ganhar. Ter.
MARIA I - Dar
MARIA II - Possuir
MARIA I - Conquistar!... Não abando o barco nem um só segundo; navego,
navego sempre, consigo e não consigo, vou e não vou..
MARIA II - Vou sempre, tudo dentro de mim explode em gozo prazer.
MARIA I II - Busca!
MARIA II - E eu falhei.
MARIA I - E hoje eu não se estava bonita naquela noite.
MARIA II - Ou nunca estive.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"As Estrelas Não Dormem"

Quando criança, me lembro, a mamãe dizia:
Não brinque daquilo, não pode isso, isso deve, e aquiilo não deve.

Então eu pergunto:

E com os anjinhos mamãe, posso brincar?
E ela diz:
Com os Anjinhos, minha filha, pode.
E eu brinco com Anjos.

Sozinha, pelo mato, eles correm atrás de mim, e eu me escondo entre as árvores, ou debaixo da água. Mas sempre eles me acham. Aí não tem jeito, me derrubam na grama, e
fazemos muita sacanagem. É ótimo!

Depois, eu abro os olhos, devagarzinho, e olho o céu: Verde! olho a terra: Azul! Tudo ao contrário, uma brincadeira. No ar salpicam pontinhos brancos como se fossem cobrinhas, e eu fico ali, mole, derretida, me misturando com a terra, rindo... rindo... desse meu estado de bobeira. E eu me despeço, meio grogue:
Lá vão eles, esses doces Anjinhos de chifres!