quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Redenção (do livro e peça "As Estrelas Não Dormem"


Abençoai todos os astros que me defenderam: o Céu! a Lua! e as Estrelas! Que caiam naquele momento tão soturno e eu uma a uma bebia pelos olhos para não morrer sucumbida pela terra.

Fazei presente o mais alto dos espíritos para que enfim possamos continuar a vida pura e boa que desponta a cada manhã do dia.

Somos eternos no nosso sofrimento como somos eternos em nossas bem - aventuranças.

Bem-vindos aqueles que sofrem nas profundezas e conseguem limpar o mal e ganhar o gozo.

Bem vindo o homem e a mulher que se apaixonam mesmo em dia de chuva, noites sem Estrelas.

Bem-aventuradas as crianças sem pai sem mãe e que andam soltas pelo mundo, porque não é de pai nem de mãe que o espírito carece, mas de amor puro, amor, sem laços e sem desenganos.

Perdoai aos Homens por tamanhas crianças que somos e ainda acreditamos que somos pai e mãe de nossos filhos.

Deixemos que tudo corra sem nascente e sem fim, mas novo cada dia.

Perdoai aos pais e aos filhos por tamanha decepção ao andarmos juntos e, aos que virão, que tenhamos a sabedoria do tempo de não cortar-lhes as asas, e deixar que eles cresçam soltos, inda que seja ao relento

Que tenhamos a paciência das estrelas que sempre moraram no céu, para morarmos melhor aqui na terra.

Que não acreditemos mais em nada que o nosso coração não veja.

Que sejamos nós aqui o nosso próprio Deus e que nas alturas se elevem apenas: o Céu! a Lua! e as Estrelas!